O dinheiro desaparece como que por magia dos bancos e somos nós que pagamos o prejuízo.
Estamos a pagar e continuaremos a pagar durante muitos anos. Os sucessivos governos já injectaram nos bancos 20.000 milhões de euros de dinheiros públicos, ou seja, dinheiro dos nossos impostos. Para termos uma noção de grandeza do roubo, com 20.000 milhões de euros comprávamos 40 submarinos, ou 27 pontes Vasco da Gama, já com as respectivas corrupções incluídas.
Como é que o dinheiro desaparece dos bancos?
De várias formas, mas a mais comum é através de empréstimos que o banco concede a quem lhe pede emprestado e não paga a dívida. Quando os bancos emprestam dinheiro e não o recebem de volta, accionam as garantias bancárias, e vão buscar o valor em divida executando as hipotecas ou penhorando os avalistas. O problema surge quando as administrações dos bancos, emprestam dinheiro sem exigir garantias bancárias.
E a quem é que as administrações dos bancos emprestam dinheiro sem garantias bancárias?
Aos familiares, aos amigos pessoais, políticos, maçónicos, do partido, aos partidos a que pertencem, a quem os colocou nas administrações, a quem devem favores, a quem os consegue chantagear, às famílias de apelido pomposo, aos empresários vigaristas ou a grandes grupos económicos que normalmente os corrompem com uma percentagem do dinheiro emprestado. todos nós temos conhecimento de situações descritas em cima. Quem não se lembra da prenda de 11 milhões de euros que Ricardo Salgado recebeu de um empresário "amigo" a quem o BES emprestou umas centenas de milhões de euros?
Depois de muitas vigarices destas, os bancos ficam sem o dinheiro dos seus depositantes, e sem poder pagar os empréstimos que eles próprios contraíram em bancos estrangeiros. De seguida, os amigos governantes, que quando saírem da política têm bons tachos assegurados nesses bancos, apressam-se a pagar com o nosso dinheiro os prejuízos dos bancos, com a velha desculpa do risco sistémico.
Porque é que os governantes se apressam a cobrir os prejuízos dos bancos?
Porque para além de cobrirem as dívidas próprias, dos amigos e parceiros de partido aos bancos, pagam as dívidas dos bancos portugueses às instituições bancárias estrangeiras que se não receberem o dinheiro que emprestaram aos bancos portugueses, cortam o financiamento ao estado português. Digamos que juntam o útil ao agradável.
E isto responde a uma situação aparentemente inexplicável. Se o estado financia os bancos para cobrir os prejuízos, como é possível existirem lesados dos bancos que perderam todas as suas economias?
Resumindo… os vigaristas importantes pedem milhões aos bancos e não pagam, os cidadãos honestos perdem as economias de uma vida, os banqueiros e governantes salvam os amigos, e nós pagamos as dívidas dos vigaristas. E o mais chocante… ninguém vai preso nem é expropriado. Ainda este mês, Ricardo Salgado está a passar férias na sua quinta da Comporta.
Assokapa