A Abstenção elege corruptos

É um facto irrefutável que na prática a abstenção ajuda a eleger os corruptos. Como a abstenção não conta, os corruptos são eleitos apenas com os votos dos parasitas que vivem à conta dos roubos dos políticos corruptos. A desculpa usada pelos abstencionistas de que se houver mais de 50% de abstenção o governo não pode ser empossado, é mentira. O artigo 152 da lei eleitoral diz claramente que não é necessária uma percentagem mínima de votos para legitimar um governo.

Sendo assim, mesmo que haja 80% de abstenção, os corruptos do costume (PS, PSD e CDS) são eleitos na mesma. Digam os abstencionistas o que disserem, na prática a abstenção não só não resolve nada, como ajuda a eleger os corruptos.

É preciso eleger um governo que acabe com o roubo do dinheiro dos nossos impostos que é conseguido através das mais variadas formas, entre elas as parcerias público-privadas e as rendas fixas aos grandes grupos económicos. É necessário começar a taxar as grandes fortunas, e acabar com as isenções de impostos aos bancos, aos fundos imobiliários e às grandes fortunas. Não são certamente os partidos PS/PSD/CDS que contratualizaram negócios ruinosos para o estado e a favor dos grandes grupos económicos privados e que implementaram isenções de impostos às classes privilegiadas, que vão agora acabar com os roubos e com as isenções.

A única forma de tirar do governo os políticos corruptos que nos roubam à descarada há décadas, é votar em qualquer partido que não seja o PS, PSD e CDS. Não há outra forma pacífica e democrática de o fazer. Por muito que o blá blá dos abstencionistas seja fantástico e bem fundamentado, não deixa de ser uma utopia, e quando chega à altura das eleições e dos resultados, só contam os votos efetivos, nada mais.

Assokapa

Arquivamento do processo dos submarinos

Chegámos a um ponto de degradação, humilhação e perda de dignidade como povo, que é difícil descer mais baixo.

Ouvimos o vice-primeiro ministro Paulo Portas ter a lata de se congratular com o arquivamento do processo dos submarinos. Como é possível que um vice-primeiro-ministro se congratule com a impunidade de políticos corruptos? Qualquer governante digno desse nome, deveria condenar publicamente o arquivamento de um processo que provou e condenou corruptos na Alemanha por corromperem políticos portugueses, e que em Portugal tenha deixado os corruptos em liberdade e de posse do dinheiro roubado. Até na Grécia um ministro foi condenado. Em Portugal arquiva-se.

Todos nós sabemos que é o dinheiro dos nossos impostos que paga os submarinos, o lucro da empresa que os vendeu e todo o dinheiro relativo a luvas e a atos de corrupção a todos os envolvidos.

Imaginem bem o atestado de estupidez que estes ladrões passam a todo o povo português, para terem o desplante de depois de roubarem dinheiros públicos, ainda se virem congratular para os media pelo facto do processo ter sido arquivado. O povo português já está tão estupidificado, que não ouvi nenhum comentador político ou jornalista a fazer algum tipo de comentário a esta humilhação ao povo português.

Ao se congratularem com o arquivamento deste processo, Paulo Portas (e CDS/PSD) demonstram o seguinte:

1 - Que as leis em Portugal são feitas por corruptos para branquearem a corrupção e livrar políticos corruptos da prisão.

2 - Que a justiça não consegue ou não quer condenar políticos corruptos, apesar de ter ficado provado que foram corrompidos por empresas alemãs.

3 - Que quem se veio congratular publicamente com o arquivamento, foram os que beneficiaram directamente com o arquivamento do processo, ou seja, os corruptos que seriam presos se o processo não fosse arquivado.

4 - que a impunidade é tanta neste país, que os criminosos se podem vir congratular publicamente por não terem sido presos.

Além de nos roubarem descaradamente, ainda vêm para os media gozar com a nossa cara. E os portugueses não só não fazem nada, como ainda voltam a votar nos mesmos ladrões de sempre.

http://assokapa.blogspot.pt/

Carta aberta a Sócrates

Caro Sócrates,

Li nos jornais as suas queixas acerca do sistema judicial português e do "sistema" em geral, e fiquei a pensar...

Este homem foi primeiro-ministro em dois governos - num deles com maioria absoluta - podia ter criado ou alterado as leis no sentido de garantir que não acontecesse a nenhum cidadão português, aquilo por que ele está a passar, mas ao que parece, isso não foi uma prioridade.

Se o senhor se queixa das regras do jogo pelas quais todos os portugueses se regem, quando foi o senhor que as fez, ou deixou como estavam, faz pouco sentido que se queixe dessas mesmas regras. Assim, vai dar ideia que o senhor criou as regras do jogo, ou não as alterou, porque nunca pensou que elas se aplicassem a si ou aos seus.

Eu entendo que seja deprimente para si cair nas malhas da justiça, acusado de fraude fiscal, branqueamento de capitais, e imagine-se, corrupção, quando as leis em portugal estão feitas para dificultar a investigação e a acusação em casos de branqueamento de capitais e corrupção. Mas peço-lhe que tenha confiança no "sistema". Como sabe, a obtenção de prova para acusação de corrupção é muito complicada, e são tantas as regras rigorosas que se têm que seguir, que ao mais pequeno deslize é tudo anulado, e fica tudo sem efeito. O mais provável é um dos seus excelentes advogados arranjar forma de anular todo o processo. Com sorte, ainda vai conseguir uma indemnização do estado.

Mas mesmo que tudo corra mal para o seu lado, e apesar das dificuldades que a acusação vai ter em produzir prova, mesmo que seja acusado e julgado, e se por azar for condenado em primeira instância, a lei permite-lhe recorrer da pena, e como o recurso tem efeito suspensivo da pena, vai poder ficar muitos anos em liberdade. Pode recorrer para o Tribunal da Relação, depois para o Supremo Tribunal de Justiça, e se necessário para o Tribunal Constitucional. Pode ser que nessa altura ainda tenha lá gente conhecida.

Como saberá melhor que eu, uma coisa excelente que a nossa justiça tem, é ser lenta, e como o efeito suspensivo das penas não tem efeito suspensivo na contagem do tempo de prescrição, apresentando recursos em todas as instâncias judiciais, os crimes prescrevem antes de se esgotarem os recursos. Como sabe, já se safaram assim muitos condenados em primeira instância, e não eram tão importantes como o senhor Engenheiro.

Como vê, a coisa não está assim tão preta como possa parecer à primeira vista. Pior, estão os portugueses que podem ser acusados injustamente e que não têm dinheiro nem advogados bons para recorrer, e vão parar a prisões comuns onde estão em contacto com toda a espécie de criminosos, sem proteção e sem regalias especiais. De qualquer forma, imagino que já esteja arrependido de não ter mandado instalar aquecimento central, um plasma, banheira de hidromassagem e um computador com net em cada cela do estabelecimento prisional de Évora.

Saudações cordiais
06/12/2014